quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

As Sufragistas

Domingo foi tarde de filmes com a minha irmã.

Filme escolhido? "As Sufragistas".

O movimento pelo sufrágio feminino começou de modo pacífico com pedidos por escrito aos diversos órgãos legislativos de cada um dos países, para estenderem o direito ao voto também às mulheres. Depois de várias recusas, começaram a haver movimentos por homens e mulheres defensores desse direito que se começaram a chamar sufragistas.

É neste cenário que se encaixa o filme "As sufragistas". Inglaterra, 1912 (após a aprovação do direito ao voto na Nova Zelândia, o primeiro país a 'dar' o voto às mulheres, em 1893). A história foca-se no movimento das mulheres (interpretadas pelas fantásticas Merryl Streep, Helena Bonham Carter, Anne-Marie Duff) mas acompanhamos  com mais pormenor a vida de Maud Watts.
O mais interessante no filme é que Maud Watts (interpretada por Carey Mulligan) começa o filme conformada com a vida que leva com o seu marido e filho e sem qualquer interesse no direito ao voto, porque simplesmente vivia sem pensar nas implicações da extensão dos seus direitos na sua vida. Vivia na 'bolha' imposta pela sociedade e aceitava-a porque não via tal como injustiça ou algo anormal.
Quando lhe pedem para substituir uma amiga num testemunho e se vê a analisar a sua vida e a das mulheres no seu trabalho, cai-lhe a ficha. Aí percebe que efetivamente existem diferenças entre ser mulher e ser homem em termos práticos (não apenas em regras de etiqueta).



É isso que fascina. A maioria das mulheres na nossa sociedade deixa-se levar e não pensam nas implicações práticas de ter nascido mulher traz à sua vida. Ou se pensam nisso, conformam-se e dizem "e sou eu que vou mudar o mundo?". Eu acho que se deve mudar o nosso pedacinho no mundo e se cada um mudar esse pedacinho, o mundo irá mudar e se não mudar na totalidade, mudou para melhor naquele espaço, isso é garantido.

Portugal apenas viu o direito de voto ser estendido à totalidade das mulheres (com mais de 18 anos, obviamente) em 1974, pós Revolução de Abril.

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